
Rua Castro e Silva. Desde longe, a pontuda torre da catedral domina o paisagem. O sol, ainda desorientado, buscando força na admiração dos distraídos que perdem alguns minutos de suas vidas admirando seus singulares espetáculos, vai acordando sem pressa. Nessa hora, são omitidas todas as cores frias e resta, apenas, atrevidas formas. Avanço mais alguns metros e me sinto cada vez menor. Diante de tanta luz, o mistério das coisas. As nuvens, vedetes do céu, desfilam pelas janelas, exibindo seus corpos iluminados pela matutina audácia do sol. A cruz no alto da torre parece alcançar o amarelo do infinito a cada passo dado em direção aos restos do passado que ainda vivem pelas ruas de minha cidade.