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Mostrando postagens de junho, 2009

Tua voz

Quando eu estiver sem vontade de falar Até a tua voz Tua voz Irá me irritar Então, não me irrites Se afaste e continue bem É, não se afete com minhas besteiras Deixe sentir-me sozinha Deixe eu ficar com vontade de te contar sobre mim Quando eu começar a falar Somente a tua voz Tua voz Irá me acalmar Então, não me irrites Se aproxime e me deixe bem Por favor

da porta

Eu queria me encostar na porta e te dizer boa noite. Te olhar de longe, a deitar sobre teus lençóis velhos. Observar o teu travesseiro fino para não doer o pescoço e o outro entre as pernas. Mania velha. Não precisava me aproximar tanto de ti. Seria muita audácia minha. Da porta, eu te desejaria boa noite. Te desejaria bons sonhos. Te desejaria um sono leve. Encarar os teus olhos pedintes. Pedintes de coisas que eu acho que sei. Apenas, acho. Por isso, ficaria a te fitar encostada na porta com meu lençol envolta do pescoço. Antes, meus 'boa noite' eram gritados. Ditos lá de longe. Hoje, eu quis dizer baixinho. Baixinho para não perturbar o teu sono. Baixinho como um sussurro de sonho inacabado. Da porta, iria ver você se enrolando entre panos. Desligaria a tv e no escuro ainda ia continuar a te olhar. Me aproximaria da cama. Você nada via, já tinha os olhos fechados e cobertos. Me aproximaria mais. E puxaria o lençol para baixo. Só um pouquinho, quase nada. Seus pés estavam d

no meu querer de hoje, o último versinho bobo

Se meu lado sizudo amolecer Se meu olhar 'descegar' do provavél que vê Se minha fala se abrir pros ouvidos do mundo Se meu olfato se livrar do imundo Se meu coração perder o ritmo Se o descompasso descontínuo me atingir Se eu fechar os olhos e me permitir Eu mudarei O eu de agora O eu de hoje O eu de amanhã O eu do nada Nada Não existe ninguém aqui

versinhos bobos quatro

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Rodrigo Zoom Por que eu só posso ser alguma coisa depois de crescer? O que você vai ser quando crescer? Eu quero ser agora E quando crescer? Você vai crescer um dia Uma pessoa crescida Uma crianças de canelas grandes Um criança de barba e bigode Uma criança com bolsa de mulher Uma criança com carteira de motorista Isso é crescer Ora Não, isso é ficar um pouquinho m a i o r E agora o que quer ser? Arquiteta Bailarina Ilusionista Ilusionista? Ah! Te enganei direitinho! O que você vai ser... Antes de crescer? (é, isso mesmo, aperte no link se quiser assitir) Espetáculo infantil com a Cia. Picnic de Teatro. Na infância todos ouvimos: O que você quer ser quando crescer? Mas o menino Vinicius se recusa a responder a essa questão e...

versinhos bobos três

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E no meio da feira eu tenho muitas 'gentes' dentro de mim gente que sente fome gente que compra verdura gente que rouba uva gente que anda gente que bate uma foto gente que sente que se sente bem que sente a multidão a feira a vida e vai embora sem nenhuma sacola

versinhos bobos dois

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Procura-se amor em qualquer lugar do mundo em qualquer pobre coração o banco de sangue precisa de amor de A à Z de qualquer fator de qualquer lugar a vida precisa seguir se perder sozinho no infinito é não se achar mais Procura-se com amor um amor com música para tocar com poesia para declamar em qualquer lugar -IsabelleC.

versinhos bobos um

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Enquanto esse dia Não acaba Vou levando e curtindo o andar desajeitado a roupa descombinada a cara lavada a chinelinha cor de pastel Enquanto esse dia Não acaba Vou levando e pensando nas pessoas que passaram nas pessoas que ficaram nas pessoas que estão foto: eva poly Enquanto esse dia Não acaba Vou levando e sendo o poeta que lamenta o poeta que delira o poeta que brinca de escrever Enquanto esse dia Não acaba Vou levando Ah, só levando. -IsabelleC.

real função das coisas

Pneu foi feito para furar. Despertador, para irritar. Chiclete , para perder o gosto. Semana, para aluno ir ao colégio. Lapiseira foi feita para ficar sem grafite. Celular, para descarregar. Travesseiro para abraçar. Ventilador no 3 para fazer barulho. Pé foi feito para ficar sujo. Cabelo para assanhar. Telefone para ficar mudo. Liga de cabelo para quebrar. Ônibus foi feito para ser lotado . Computador para travar. Telefone público para para engolir cartão. Escuro pra deixar a sua casa mal-assombrada. Criança foi feita para mexer no que está quieto. Borracha para se perder. Esmalte para descascar. Redação para se errar o lugar da vírgula. Matemática foi feito para dar zero. Você foi feito para alguma coisa. Eu fui para esquecer. Estou com um chiclete sem gosto na boca. Um celular descarregado na bolsa. Meu pé está sujo. Meu cabelo assanhado. Errei vírgulas na redação que fiz hoje. Não tenho borracha há muito tempo. Peguei ônibus lotado. Minha lapiseira está engolindo grafite. E esquec

sem aula de balé

Estou sem fazer aula de balé por causa de uma inflamação de um músculo da perna esquerda. Isso não me impede de ir assistir às aulas. Não é fácil ficar sentada, sem sapatilhas nos pés, vendo o professor mostrar o exercício e não ter como fazer. Já teimei muito com meu corpo. Não media as consequências de dançar com um ligamento do pé rompido. Os fantasmas que dançaram balé em outras vidas devem ter me protegido. Só encontro essa explicação. Abusei da sorte, da dor, mas o amor por algo faz com que as pessoas façam coisas inimagináveis. Muitas pessoas fazem aula de balé, mas muitas, mais ainda, não pensam quando estão a fazer aula. Decoram sequências de exercícios sem escutar a música. Bailarinos precisam de musicalidade, diz a maitre de ballet clássico Toshie Kobayashi. A música fala o tempo no qual os movimentos devem ser executados, basta treinar o ouvido. Na ânsia de decorar as variações, de encaixar a barriga, de esticar os pés e os joelhos, os bailarinos esquecem de dançar; esquece

tereza, não ames!

-Tereza, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você... -Eu não vou fazer muita média, não. Vou investigar se não é bandido e vou pra cima. -E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde... -Bonde? Nem existe mais isso! Do tamanho de uma memória de 3 gigas. Caracas, imagina um pc desse! Iriaa poder baixar não sei quantas músicas e baixar de graça os filmes que estão no cinema! -Se ele chorar se ajoelhar... -Chorar? O cara já vem todo sentimental e ainda chora? Se ele chorar bonito, elegante e não ficar todo sujo de meleca, tudo bem, também. Bandido não costuma chorar, não é? Facilita as coisas. -Se ele se rasgar todo... -Tirar a roupa de primeira?! Nada mal. -Não acredita Tereza... -Como assim? Existe homem pelado digital, agora? -É lágrima de cinema... -Já chorei assistindo filme de amor no cinema. Começa aquelas músicas lentas, com uma mulher mais surrurando do que cantando, a câmera fica mais lenta,as cortinas balançam...emocionante, emocionante! -É tapeação... -Eita, o car

retrato que não fala

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"Antes que seja necessário Preciso fotografar o mundo que vejo Há tanto ainda para fazer Antes que seja tarde." -Arnaldo Silva

é sempre a mesma estrela

quando quero o mundo pra mim vou pra janela e vejo o céu a noite me faz querer o mundo saber que a estrela que vejo brilhar aqui é a mesma que alguém com olhos de saudades busca para aquetar o espírito lá longe do outro lado é difícil de imaginar mas é sempre a mesma estrela muda a saudade muda a vontade muda o desejo mas a minha vontade de querer o mundo continua em mim por mais que a noite acabe. -isabelle cristhinne

abraçando livros

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Meus pais precisaram ir numa loja que vende muita coisa e eu fui lá junto. Durou alguns segundos a minha vontade de ficar no carro esperando eles e as compras voltar. Mas desci do carro, com meu desânimo irritante que insiste em não ir embora. Tomo comprimido de vitaminas, como frutas, verduras, durmo muito e essa vontade de nada fazer faz morada em mim insistentemente. Procurei um lugar para sentar, mas os bancos estavam lotados. Entrei. Meus pais foram para um lado e eu fiquei perdida num lugar de roupas, comidas, cds , revistas, brinquedos e panelas. Olhei pijamas , pensei em levar mais um, desisti e segui em frente. Fui até os livros. Os mistérios escondidos nas páginas numeradas puxavam meu espírito até eles. Fiquei a caminhar pelos corredores passando os olhos pelos livros já tão vistos ali. O meu querer é levar todos, até aqueles que provavelmente eu nunca vá ler. Sempre gostei de ver livros juntos, um ao lado do outro, formando longas fileiras ou pequenos arabescos propensos a

silêncio dos que pensam

Tem dias que as palavras fogem da boca. A cabeça pensa, o corpo gesticula, o olhar comunica, mas a voz se esconde. É como se as palavras se espalhassem pelo corpo e saíssem se acomodando feito pedras. Palavras doem. Uma marca de pedra na pele dói e o tempo se encarrega de esquecê-la. Não se esquece de fato uma pedrada. Sempre que uma pedra for vista, o inconsciente pensa logo: pedradas doem, mas lágrimas não cairão dos olhos por causa da lembrança de uma dor de pedra. Palavras ditas com rancor e gravadas na memória dói e o tempo tenta, arduamente, esquecê-las. Não se esquece de fato o que foi dito. Ele (o que foi dito) se perde no turbilhão de informações que a mente grava, se entranha na mais escura pasta de armazenamento da cabeça, mas basta um sinal, uma frase parecida, uma coincidência para que tudo volte ao palco principal. E a volta machuca. As lembranças se formam duras e trazem o silêncio. Nessa hora, a mais nobre das palavras não substitui a magnificência de um silêncio. Ele v

o que você quer ser?

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A da esquerda já sabe ler, a do meio escreve e a da direita está aprendendo a escrever. . . A professora chegou na sala e perguntou: -O que vocês querem ser quando crescer? -Médica! -Vou cuidar de animais! -Piloto de avião! -Calma, gente! Sem gritaria! Quero que cada um escreva num pedaço de papel o que quer ser. -Professora, posso escrever com lápis? -Você quer que seus sonhos sejam apagados por uma borracha? -Não, professora. . . As crianças terminaram de escrever e colocaram os textos em uma pasta. A professora foi lendo e viu crianças querendo seguir a profissão dos pais; outras querendo ser médicos, veterinários e professores. Muitas não sabiam nem como era ser advogado; não sabiam o que um contador fazia, nem como era a rotina de um jornalista, mas queriam ser. Ainda teriam tempo para pensar e repensar no que iriam fazer na vida. No entanto, um texto prendeu a atenção da professora. Estava escrito a lápis e era do menino mais inquieto da sala. Por trás da criança que falava a au