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Mostrando postagens de junho, 2010

flores

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Toda mulher é uma flor Que florece Murcha Se dispersa pelo mundo Morre E volta a ser flor. Oh, céus, por que caules tão frágeis? Por que pétalas tão vulneráveis? Uma brisa as levam, uma mão mais forte as arracam. Flores de amor são dadas Flores de beleza são invejadas Flores, apenas flores enfeitam os cabelos Flores nas roupas, nas mãos e na alma Flores cheias de abelhas Flores dentro de um pote d´água dão a sala uma vida ilusória Ah, flores Que Deus permita as mulheres usar as suas loucuras Falar, se excitar, se amar, desamar Por isso, não dê qualquer flor a uma mulher. Escolha, desescolha Flores são as irmãs ocultas da mulher Flores são a felicidade contida da mulher Flores são as mulheres.

janela míope

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Da mesma maneira que se joga a tolha em qualquer lugar do quarto, sem se dar conta onde vai cair, como vai cair, puxo a cortina pro escuro sair. A cortina fechada deixa os livros escuros, o chão gelado e o corpo frio, jogado na cama ainda quente. O escuro sai. A luz ilumina as páginas do meu livro, faz brilhar os fios de cabelo que fazem ondas nas ondas dos lençóis; queima de leve aquela preguiça...é, aquela preguiça. Até que olho pra janela sem roupa e lembro de quando ela era ainda novinha, não tinha cortina, era toda luz, poeira e vidro quente. Dava para ver muito longe, dava pra ver os aviões, dava para os aviões pousando, dava pra ver a nuvens gordas se aproximando como algodões molhados prontos para serem jogados em alguém. Hoje, tinha um monte de tijolo amontoados. Tinha cimento, pedras, areia, madeira. Minha janela agora é míope. Não consegue ver muito longe. A noite chega, puxo a cortina de volta. Pobre coitada, antes suja e quente, agora suja, quente e cega. Em vida de janela

09/12/2008

vou deixar meu coração gritar vou abrir a prisão da minha aparência e vou falar tudo deixar estampado pra quem quiser passar o que não mais se prende o que não mais encontra lugar para se guardar. será tudo dito e aos poucos, vou virando um nada sendo um nada então, recomeço 09/12/2008 na época, a folha era branca, a poesia falava. hoje, a folha é amarela o caderno é velho são outros tempos e a poesia continua falando.