janela míope
Da mesma maneira que se joga a tolha em qualquer lugar do quarto, sem se dar conta onde vai cair, como vai cair, puxo a cortina pro escuro sair.
A cortina fechada deixa os livros escuros, o chão gelado e o corpo frio, jogado na cama ainda quente.
O escuro sai.
A luz ilumina as páginas do meu livro, faz brilhar os fios de cabelo que fazem ondas nas ondas dos lençóis; queima de leve aquela preguiça...é, aquela preguiça.
Até que olho pra janela sem roupa e lembro de quando ela era ainda novinha, não tinha cortina, era toda luz, poeira e vidro quente.
Dava para ver muito longe, dava pra ver os aviões, dava para os aviões pousando, dava pra ver a nuvens gordas se aproximando como algodões molhados prontos para serem jogados em alguém.
Hoje, tinha um monte de tijolo amontoados. Tinha cimento, pedras, areia, madeira.
Minha janela agora é míope. Não consegue ver muito longe.
A noite chega, puxo a cortina de volta.
Pobre coitada, antes suja e quente, agora suja, quente e cega.
Em vida de janela cega, ligar a luz é um bom colírio.
A cortina fechada deixa os livros escuros, o chão gelado e o corpo frio, jogado na cama ainda quente.
O escuro sai.
A luz ilumina as páginas do meu livro, faz brilhar os fios de cabelo que fazem ondas nas ondas dos lençóis; queima de leve aquela preguiça...é, aquela preguiça.
Até que olho pra janela sem roupa e lembro de quando ela era ainda novinha, não tinha cortina, era toda luz, poeira e vidro quente.
Dava para ver muito longe, dava pra ver os aviões, dava para os aviões pousando, dava pra ver a nuvens gordas se aproximando como algodões molhados prontos para serem jogados em alguém.
Hoje, tinha um monte de tijolo amontoados. Tinha cimento, pedras, areia, madeira.
Minha janela agora é míope. Não consegue ver muito longe.
A noite chega, puxo a cortina de volta.
Pobre coitada, antes suja e quente, agora suja, quente e cega.
Em vida de janela cega, ligar a luz é um bom colírio.
Comentários
Te sigo, guria.
Beijoca!
Volto sempre.
Beijos.
adorei o texto e todo ess epensamento sobre a janela.
Muito legal, achei interessante e criativo também.
beijos
relembrei como é bonito o céu
enjooei da chuva que eu tanto costumava gostar, tanta que foi
descobri que o que eu gostava não era só da chuva, era do barulho que ela fazia ao bater no toldo....
Literatura simplista e objetivista, quase arcade
beijo
Lindo texto! ^^
;)*