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Era onda, num vai distinto da volta.

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Frio. E não era o ar que passeava pelo corredor da casa do lado da sombra. Vinha de dentro. Um frio interno que saia petrificando cada orgão de seu corpo. E logo, logo após, estilhaçavam-se. Sentia o sangue correr, o coração bater, o barriga gritar. Gritos silenciosos, batidas sem som, corridas em círculos. Era tudo dela. Sua vida guardava sentimentos e seu corpo era uma central de meteriologia.  O nervosismo congelava no instante que chegava. E arrepiava. Como um fluído invisível que vai tomando de conta, subindo, envolvendo, revirando o que está em paz. Sente sua liga segurar seus cabelos perto do pescoço, numa guerra sem fim para que ao menos a moldura do rosto permaneça intacta. Um cenário para aquela tempestade que troveja e trava músculo por músculo. Era frio. Não, era nervosismo. Nervo sismando. Era clima, era chuva, era mar revolto. Era onda, num vai distinto da volta. Era chegada. Era deixar partir. E uma hora se vai.