Bem que eu poderia ter um avião ou qualquer coisa que voasse. Se tivesse, voaria para São Paulo encontrar um príncipe agorinha. Um príncipe que me encanta desde o dia que eu o vi pela primeira vez. Desde o dia que eu o achei perdido entre tantos outros personagens. Desde a vez, que mexendo nos livros da minha vó, achei O pequeno príncipe que foi, é, da minha mãe. A capa dele está machucada, com uma rachadura em formato de meio círculo. Está amarela, com a saúde fragilizada. Mas cuido dele, como se fosse o último do mundo. Nesse momento, ele está guardado bem no meio da minha pilha de livros, fugindo dos olhos que maltratam os livros. Quase sempre que dou uma passada em alguma livraria, o vejo na prateleira novinho. Com a capa branca, que até brilha na luz. Não tenho vontade de comprar, nem de roubar, de esconder na bolsa. Não que eu faça isso, mas quando me vejo em um lugar cheio de livros tenho a vontade de levar todos. Pena que minhas bolsas são pequenas e minhas blusas não escondem...