Acordo e a cortina está aberta. Uma claridade morna encontra minha cama e diz: acorda, menina, o mundo já acordou a tempos! Sento na cama, olho para janela e vejo um sol disposto brilhando, passarinhos dispostos voando, palmeiras dispostas balançando e eu, não disposta tomando consciência da minha ressurreição diária. Isso era para ter um significado lindo - o fato de eu ter acordado viva!-, mas acordo tão desorientada que nem penso nisso. Sento na cama, esfrego os olhos, passo a mão no cabelo e percebo que ainda está molhado do banho da madrugada. Devia ter faculdade a domicílio, lanche-comprimido e três mordonos a minha total disposição. Pobre coitada iludida. Bem, é isso que passa na minha cabeça quando acordo na segunda feira, na terça feira, na quarta feira... Meu pijama parece grudado na minha pele de um forma agradavelmente aconchegante. De súbito, um grito: Isabelle, acorda, então você vai em ficar em casa! Delicadeza de mãe é uma coisa bela. Arranco o lençol de mim com força para ele perceber que não o quero mais (desculpe-me, velho lençol, tenho que ir pra faculdade.). Entro no banheiro sem acender a luz. Com a lentidão de uma tartaruga, desenho uma gota de pasta na escova. Operação mal-sucedida quase sempre. Isso pouco me importa. O que quero é tirar aquele gosto de horas de sono sem falar. Pronto, literalmente acordada. A sensualidade da minha cama nem me atrai mais. Visto uma roupa, pego o relógio, coloco na bolsa a apostila do dia e até mais tarde. Ah, vou até o espelho, tento ajeitar os descontrolados, revoltados e possuídos fios do meu cabelo. Faço uma cara de quem gosta de si e qualquer roupa amassada, cabelo assanhado e uma cara de sono é estilo.
guerra dos olhos
Diário de Manoela, 25 de março de 1992. . É fácil perceber quando um homem está observando uma mulher. E mais fácil ainda quando você é a mulher. Servi-me sem pressa, como o de costume, mas, principalmente, para ver aonde aquilo ia parar. Quando um par de olhos - um bonito par de olhos, vale ressaltar - está caído sobre você, é como se um peso dificultasse qualquer movimento para fora do campo de visão. Ontem, paguei a conta e fui andando até a mesa no final do restaurante. Até lá, percorri um caminho de probabilidade . A chance de nossos olhares interesseiros se encontrem era máxima. Ele tentou me sugar feita uma onda quando a maré está cheia. Sabe como é? Na ida, te dá uma chance de escapar correndo pela areia, na volta te puxa sem pena e te leva pra qualquer longe da sua chance de escapar. Ele tentou me prender, mas não conseguiu. Sentei de costas para as entradas e não vi mais nada. Melhor, iludidamente pensei que nunca mais o encontraria. Hoje, cheguei mais tarde do que ontem. L...
Comentários
beijinhos
Até parece eu tentando acordar
só falta a mãe
gostei
Acontece a mesma coisa comigo.
Mas eu moro no centro da cidade, e quando abro a janela vejo carros, pessoas correndo e gritando atrás dos ônibus da vida, rs.
Queria eu acordar disposto, pensando: "Oba, um novo dia". Tudo que quero é ser feliz na minha cama linda e phopha até as 11h00 da madrugada, rs.
beigos mil
Bjim*
Ah, a preguiça... adoro!h
Um abraço entre palavras.
*6 e 20 da manhã, chovendo, climinha ótimo de ficar deitado chega minha mãe "acorda minino, 6 e 20 e tá chovendo", só consegui pensar em uma resposta ao q ela falou "ôh covardia..."
huahuauhauhuhahuauhauhauh
www.thiagogaru.blogspot.com
concordo plenamente. hhuaha
amo maaaana
/Amanda