Rua Castro e Silva. Desde longe, a pontuda torre da catedral domina o paisagem. O sol, ainda desorientado, buscando força na admiração dos distraídos que perdem alguns minutos de suas vidas admirando seus singulares espetáculos, vai acordando sem pressa. Nessa hora, são omitidas todas as cores frias e resta, apenas, atrevidas formas. Avanço mais alguns metros e me sinto cada vez menor. Diante de tanta luz, o mistério das coisas. As nuvens, vedetes do céu, desfilam pelas janelas, exibindo seus corpos iluminados pela matutina audácia do sol. A cruz no alto da torre parece alcançar o amarelo do infinito a cada passo dado em direção aos restos do passado que ainda vivem pelas ruas de minha cidade.
Assumir e escrever só pra ter uma prova de tais confissões. Como uma vitrine, muitas vezes, só exponho uma parte, uma promoção, uma novidade entre tanta coisa que tem aqui dentro. Não leio jornais todos os dias, não assisto noticiários com tanta atenção e sem me perguntarem o que está acontecendo agora, meu bem, sinto muito por não sentir nenhuma angústia em nada saber responder. Demoro para processar certas informações e, às vezes, do nada, tentando dirigir no meio de engarrafamento qualquer, entendo algo que alguém me disse dias atrás e, em segundos, um trilhão de conexões mentais são feitas e as coisas ganham um novo sentido. Falo rápido, ando rápido, esqueço rápido, volto pra casa de manhã depois de uma noite em pé num salto e digo que ainda aguento mais. Aguento nada, tiro o salto antes mesmo de entrar no elevador e o jogo no pé da porta antes mesmo de entrar em casa, e dizendo, como quem bebe demais e acorda sem lembrar de nada: nunca mais uso isso. Infinitas vezes, and
Comentários
Eu acho linda a arquitetura da Catedral, um estilo Gótico, ao que me parece :D
Esse pôr-do-sol, realmente é um momento ímpar.
Parabéns mais uma vez, minha querida beel!
Abraço!
Tão enigmática né?
Beijos :)