copinho de plástico


Era um pouco mais de uma hora quando entrei no ônibus. Paguei a passagem com moedas achadas pelos bolsos, ouvi um obrigasdo mal pronunciado do trocador e passei. Passei da catraca e passei a ser mais uma peça naquele têtris humano que são os ônibus. Achei um espaço que me cabia e lá fiquei tentando me equilibrar com apenas uma mão. Uma senhora distraída estava sentada na minha frente, olhando para a janela com olhos de quem para para pensar. Demorou alguns minutos para ela reparar na minha situação. Até pensei em pedir para ela segurar meus livros, mas não queria atrapalhar o pensamento daquela mulher, por mais pesado e incomôdo fosse segurar-se apenas com uma mão. O ônibus freava e lá se ia tudo para frente. Bendita Inércia! Nessas horas, lembro-me do cinto de segurança tão desprezado quando se está em um carro. A senhora, enfim, olha para mim e se oferece para me ajudar. Minha vontade era dizer que já não era a hora, mas agradeci com um sorriso. Segurei com as duas mãos as barras de aço amarelas e me senti um tanto mais confortável. Ao menos, ia ser mais difícil cair. O ônibus entrou em uma das mais movimentadas avenidas daqui. O fluxo de meios de transportes e pessoas é constantemente intenso, mas, principalmente, naquela hora. A avenida está passando por reformas, o que deixa o trânsito de carros mais demorado e perigoso e o trânsito de pessoas mais incômodo e muito, muito mais perigoso. São obras por toda a avenida e dos dois lados. Cones com cores alegres isolam lugares onde o asfalto já não existe mais, fazendo com o que um percurso de cinco minutos dure mais de quinze. A meu ver, obras mal projetadas e mal organizadas, causando um demanda maior de tempo, dinheiro e qualidade de vida.

E no meio de tantas buzinas, poeira e suor, vi algo que me deixou mais feliz do que impressionada. Uma mulher e duas crianças tentavam atravessar a avenida. É algo que demanda paciência e atenção, principalmente, por causa das crianças. A mulher percebeu que não daria para passar naquele momento e então procurou um lugar 'na sombra'. A criança maior, uma menina, tropeçou num copinho de plástico enquanto andava para trás. Logo, ela pegou o copinho e ficou procurando um cesto de lixo. De fato, não tinha cestos de lixo ali por perto. A menina entrou na farmácia e conversou alguma coisa com o segurança. Eu o vi apontando para um canto da farmácia. Ela foi até lá e voltou para a rua sem o copinho na mão.

Como um copinho de plástico gera tanta felicidade em alguém que desde criança aprendeu que não se pode jogar lixo no chão simplesmente porque é falta de educação?

Não sei se aquela criança não joga lixo na rua porque sua mãe diz que é feio, ou se ela já tem noção das consequências ambientais de tal ação.

Bem isso não importa muito.
O mais importante foi que o lugar onde ela estava ficou um copinho de plástico mais limpo.


Dica do torto: coloque o seu copinho de plástico no lixo mais próximo! xD

Comentários

Fernanda disse…
que criança mais fofa,ate eu fiquei feliz aqui.
João Bertonie disse…
Eu li esse teu posto todo *o*
Nunca mais vim aqui, saudades de teus escritos.
Ó, se todas as crianças já crescessem com essa consciência, de copinho em copinho de plástico sendo retirado da rua suja e decrépta, esse mundo seria melhor, mais azul e mais laranja (:
heim...to te seguindo..gostei do estilo do blog, do jeito que escreve..fucei bem heim..

se puder visitar meu humilde Palavras de Brinquedo eu adoraria..
washington disse…
seu blog é super legal
eu indiquei ele para um selo entra no meu blog e da uma olhada la ,
Anônimo disse…
Ah, que criança mais fofa e educada. Porque não temos adultos assim né?
Adorei o texto!

Beijos!
Sabrina Vaz disse…
Bravo!
Isabele parabéns, suas palavras são tão harmoniosas!
Seu blog é muito bom e essa dica do copinho é tudo!


(ps: eu era uma criança dessas!! ^^)
Anônimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse…
Essa menina nem sabe que em um dia qualquer alguém escreveu sobre o belo ato dela.
Adoro as coisas simples da vida. :)
Beijo, torto! :*
Ignea Vate disse…
Adorei o blog... ^^x
nao resisti tava de passagem mais tive que vim e deixar um cometario...
Poucos posts são tão sinceros...
virei fã
e esse vai pros meus favoritos
bjinho e mantenha-se a salvo né?! ehehehe
xD
Maria Midlej disse…
Que doçuuuura de história *-*

adorei tua narrativa, beijos.
Bia Falcãp disse…
Muuito bom. Joguem os copos nos lixos mais próximos, por favoooor!
Pattinha disse…
essas crianças podem dominar o mundo, a gente deixa.

beijo*
Samuel Bendix disse…
Pra cê ver... Eu achava que a humanidade tava perdida.
Anônimo disse…
Uma das coisas que me deixa mais feliz na vida é ver alguém que se importa com o meio-ambiente. Chega o coração sorri :)
Tangerina disse…
eu guardo até no bolso se não acho um lixo.
mas eu achei maior legal você contar a tragetória do ônibus.
=)

um beijo.

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