ego, ego, ego meu.

Li muito essa semana. De outdoor à livros de sociologia e poesia.
Observei as pessoas andando na rua e notei que quase sempre as mãos seguram alguma coisa.
Andei na chuva sem pressa, só ficar toda molhada. Chuva não dói, prometo.
Senti a quentura do sol na cabeça e desejei desesperadamente um gole d'água.
Chorei assistindo a um filme - Escritores da Liberdade, com a Hlillary Swank.
Escrevi, de madrugada, duas cartas com caneta azul.
Tive sonhos de que tão reais, não se esvairaram do meu pensamento.
Comecei muitos textos, mas os apaguei em seguida.
Vi a saudade chegar de alguéns que estão a léguas de distâcia de mim.
Dormi, tanto que acordei com os olhos inchados.
Não vi a programação dos eventos da cidade.
Ensaiei todos os dias e vi o cansaço se instalar nos meus músculos.
Li Drummond e depois Milton Dias, deitada na rede e vendo as nuvens passarem na minha janela.
Alimentei de esperança um de meus maiores desejos.
Fiz uma prova de filosofia com um rapaz da minha sala, com o qual só tinha falado alguns oi. Foi a prova em dupla mais divertida que já fiz. Ríamos do nosso despreparo e da nossa capacidade de unir conhecimentos para responder as perguntas pedida.
Me apaixonei por uma noite pela música Elephant Gun, do Beirut. A escutei dezenas de vezes, imaginando a como uma trilha sonora para os meus devaneios.
Não assisti a novelas, nem programas de culinária e não acompanhei os casos da gripe suína.
Pesquisei sobre a cultura negra e descobri pessoas incríveis. São incríveis não por terem a cor dos abolidos, a cor dos que lutam para serem aceitos sem repudiação, mas pelo que são. E aqueles que tostam no sol, buscando uma pele mais escura? Que incoerência. E o famoso 'pretinho básico' idolatrado por muitas mulheres?
Me surpreendi com as coincidências.
Me indaguei: se morresse amanhã, quem seria o último a lembrar de mim? Acredito, também, que a morte não é algo instântaneo. O fim total só se realiza na sua completude quando o último ser que lembra do nosso sorriso, das nossas manias, morre. A lembrança é que nem o Valdmort, dura de matar. Quando isso acontece, quando partir o último a pensar em nós se for, estramos no mar do esquecimento e só ressucitamos por mínimos instantes ao olhar uma foto, um vídeo, ao relembrar um acontecimento, ao escutar uma gravação, ao ver alguém parecido na rua.
E depois de tudo isso, ainda, por mera mania, ouso em dizer que nada fiz?
Que atrevimento.
beijo torto :)

Comentários

O que mais me chamou atenção...durante toda a leitura desses versos poéticos...
Foram apenas...8 palavras que conseguiram formar uma frase de expectativa.
ñ sei os reais motivos de tantos fatos,onde vc consegue ter tanto tempo,tanta alegria...VIDA!
abraço.
seja sempre assim...ISABELLE!
Iago Barreto disse…
Achei muito interessante a forma como você abrangeu seu cotidiano, de uma forma eloqüente, fazendo comparações inteligentes, falando simploriamente das coisas, mas de uma forma que não parece tão simplório assim, levando o leitor a querer ler mais e mais. Me surpreende o quanto de coisas você fez em apenas uma semana, sinal de que está cheia de vida, cheia de vontade de tê-la por completo. Partindo desse presuposto, egocentrismo é algo bom. Sua vida é cheia, é repleta de positividade, é brilhante, e isso é notório neste texto.
H.Riedel disse…
Sabe, quando eu vejo "ego" por aí eu já fico atraído. Talvez por eu estudar muito sobre "isso". Mas o que mais me atraiu foi sua observação sobre a morte. Dizer que a morte só se daria após a última lembrança e, além disso, ainda deu o exemplo do sorriso, isso só confirmou sua imortalidade. E o torto, tá mais tortorante do que nunca, que beleza, hein?!
Bruno R. disse…
sumiu do msn.. oO'

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