campinho de areia desgraçado

Estou a usar o tempo que me resta antes que a aula de Metodologia do Trabalho Científica (hãn? quem faz ou já fez entende) comece. Lendo o blog do Bertonie relembrei das minhas experiências infantis com uma bicicleta.
Pai, ao ler isso, não sinta-se culpado e nem fala "ah, se eu pudesse voltar no tempo". Agradeço por não poder voltar. Imagina cair tudo novamente?
Não me lembro se foi presente ou se foi consequência de uma criança chata que quando quer uma coisa só sossega quando consegue ou se foi a vontade paterna de ensinar o único filho homem a dirigir. Digamos que tenha sido os três. Meu pai deu uma bicicleta para o meu irmão. E não adiante vim com esse papo de fraternidade. Se meu pai disse para ele que a bicicleta era dele no ato da entrega, a bicicleta emocionalmente, fisicamente e implicantemente era dele! Não tinha solidariedade com irmã que desse jeito. E quando algo é seu desse jeito, você tem o prazer dizer: BORA, SAI AGORA! QUE ISSO É MEU! Não quero falar disso. O fato de eu nunca ter tido uma bicicleta emocionalmente, fisicamente e implicantemente minha não faz da minha infância algo triste. O que me intriga, até hoje, foram as maneiras como meu irmão e eu aprendemos a andar de bicicleta. Ele, num campo de areia e eu sem areia alguma confortando as quedas. Meu irmão estava feito. Tinha uma bicicleta, tinha um pai que queria ensiná-lo a andar de bicicleta e uma vontade de andar de bicicleta que foi aguçada pelo meu pai. Eu também estava quase pronta. Tinha a bicicleta do meu irmão, um pai que se eu pedisse me ensinaria e uma vontade que precisava ser estimulada. Falei o que meu pai queria ouvir! Ele me ensinaria se eu pedisse! Mas o que custava ele ter dado uma mãozinha? Meu irmão desenvolveu o seu talento caindo na areia, consequentemente, quase sem arranhões. Lembro e como lembro do dia que consegui me equilibrar sobre duas rodas no quintal de casa. Consegui atravessá-lo sem cair e rindo! E lá veio o grito:
-MÃÃÃÃÃE, PAAAAAAI, APRENDI A ANDAR DE BICICLETA!
Meus pais não vieram correndo, mas vieram. Fui para o canto do quintal, me preparei e fui. Mas como alegria de irmã que usa as coisas do irmão dura pouco levei uma queda monstruosa na metade do caminho que me rendeu um arranhão nojento, grande e que sangrava demais em um dos joelhos. Ah um campinho de areia naquela hora. Como não posso chorar sobre os arranhões já curados, fico aqui com minhas lembranças. Hoje, eu sei andar de bicicleta. Encaro isso como revelador da minha alma aventurei, que gosta de desafios. Olhando por outro lado, pode ser a revelação da minha implicante, que queria aprender a andar de bicicleta só para usar a bicicleta do meu irmão quando ele estivesse de castigo! Não sou tão ruim assim, mas entendam o meu lado.
Bem, preciso agora limpar a imagem do meu pai, após quase taxá-lo como pai sem sensibilidade com as filhas. Se não fosse por ele, não estaria fazendo a coisa que mais gosto de fazer (a que mais me ocupa, pra ser mais sincera): balé clássico. Calma, ele não é professor de dança. Até seria uma boa se fosse, mas não é. Foi dele a iniciativa de procurar alguma coisa para me ocupar. E aí, pai? Honrado? É bom que esteja!
Beijo torto da sua filha que por sorte não ficou torta por causa de uma queda de bicicleta.
Brincandeira, pai! :)
Mãe, sem ciúmes, tá?

Comentários

Eu, Thiago Assis disse…
adorei hauhuauhahuauhhuahuauha
cair tudo de novo ia ser uma dureza...
Eu tive uma bicicleta minha emocionalmente e fisicamente, duas na verdade, mas nenhuma foi implicantemente, filho unico tem dessas coisas =]


www.thiagogaru.blogspot.com
João Bertonie disse…
HAHAHA'
Quanta honra ter meu blog sitado no seu texto, rs.
Obrigado, Senhora Chapéu.

Acho que quando a gente é criança, é muito fácil sentir posse de alguma coisa. Qualquer coisa que os pais dão os molhos infantis se enchem e a gente já sente aquilo sendo nosso!!!!
Coisa de criança mesmo.
A primeira vez que a gente aprende a andar de bike é sempre uma comédia, rsrskkk.
Eu caí muuuuuuuito nas minhas tentativas, mas um dia consegui (com a bicicleta de rodinha, claro! Mas depois fui evoluindo).



beigos mil
Aline disse…
Putz...minha irmã é assim, emocionalmente, fisicamente e implicantemente dona do computador de casa (só da torre...o monitor e e a net é das duas) mas enfim, por ser emocionalmente, fisicamente e implicantemente dela, não tenho muitos direitos...qdo peço pra usar ela diz...espera só um instantinho e lá se vão horas...qdo eu estou usando e ela pede, tenho que sair no mesmo segundo, se não é morte na certa...um problemão!
Já tinha lido a historia da bicicleta no blog do Bertonie...rs curti a sua historia tb...acho que vou plagiar a idéia... heheheh
Prepare-se para ler a minha historia da bicicleta =P

bjoooo
Cris disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse…
As historias d infancia sao as melhores. Pode-se viver 500 anos, mas nenhum supera as da infancia.
É sempre melhor aprender sem a areia.
Unknown disse…
fantabuloooooooooooooso o seu blogs
adorei mesmo
chapeu torto
nossa muito bom
bjus
Aline disse…
Você faz ballet até hoje? Fiz dos 7 aos 17 anos e estou ensaiando uma volta até hoje. Acho que uma vez bailarina, sempre bailarina. Sinto mais saudade das bolhas no pé do que dos arranhões das quedas de bicicleta.
Sâmy disse…
passei pra dar um Oi e deixar um bjaum pra ti..

Andei sumida, mas Tô de volta na ativa ;)
m.milena disse…
ahhhh como eu queria ter me arranhado com a bicleta do meu irmão... ;~ nem isso eu tive, e até hoje eu nao sei andar de bicicleta. é, pode mangar, eu deixo.
Avilla Filho disse…
Eu aprendi a andar de bicicleta com DEZESSEIS anos, e tipo, só aprendi mesmo. Passei três dias com uma bicicleta, levei umas quedas e uns ferimentos do joelho que ensagüentavam até minha chinela e no dia que eu consegui andar sem cair, sei lá, o encanto passou e nunca mais subi numa sela de bicicleta.
Mas eu tenho uns episódios envolvendo ferimentos BEEEM mais escabrosos na infância/adolescencia/juventude.

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