O Mundo de Flora

Para quem não tem conhecimento acerca da obra, não se preocupe. A leitura dela me foi imposta, embora tenha, no início, me causado imensa vontade de chamar a autora de louca. Porém, ao terminar a segunda leitura, admiro a ousadia complexa (ou sem-noção) e gosto muito do livro.
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O romance O mundo de Flora, de Angela Gutiérrez, autora cearense, retoma procedimentos estéticos, como a fragmentação, já utilizados por Oswald de Andrade nos romances Memórias Sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande.
A ausência de um conflito central dá a cada fragmento narrativo uma importência que varia de acordo com a percepção do leitor, uma vez que é possível alterar a ordem da leitura dos capítulos sem que o entendimento geral da trama seja prejudicado.
A autora dialoga com diversos gêneros, entre os quais a crônica, a poesia, o conto e a notícia, o que faz do livro um romance híbrido. A técnica de colagem revela-se como um quebra-cabeça de capótulos baseado na memória dos inúmeros narradores, algumas vezes, não identificados.
Através de relatos da vida social de uma família aristocrata, origina-se uma estrutura que foge à narrativa tradicional, causando no leitor, ao começar a ler o livro, uma incompreensão acerca do enredo. O final em aberto é uma estratégia que pode ser entendida como uma forma de deixar implícito o desfecho da narradora principal.
-Isabelle C.

Comentários

bozo. disse…
me senti numa aula de literatura. ;x

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