complemento.

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Não estava nos planos ficarem sozinhos. Os amigos se afastaram e eles nem perceberam. Ela, com a cabeça apoiada no ombro dele, falava coisas sem importância. Ele até respondia, mas preferia sorrir a cada conclusão que ela tirava. Ela, com a intimidade de uma amiga de infância, brincava com a mão dele, dobrando-lhe os dedos calmamente. Ele, para assustá-la, agarrava sua mão com força e ameaçava não soltar mais nunca. Ela, logo, soltava um grito de raiva que terminava com as mãos entrelaçadas, comprovando que aquelas mãos se conheciam desde muito tempo. O vento estava forte e a deixava assanhada. Os cabelos grudavam na cara e ele cuidava rapidamente de espantá-los. Ela ria. Ele resmungava, esses teus cabelos!
A brincadeira das mãos começava mais uma vez. Só que agora, ele a comandava. A mão dela parecia um mapa que ele sem pressa alguma tentava se achar. Tentou, mas não achou. Ela inconscientemente entendera o que ele buscava com tanto afinco. Ela sabia onde estava. Sentados no chão, de pernas cruzadas, estavam eles. Ela, com a segurança que ele lhe transmitia, segurou a mão dele. Os dedos se encaixaram. Assustado, ele apertou com força sua mão. Ela, sem palavra alguma, dissera onde estava o que ele procurava (ele se procurava). Ele estava na mão toda. Por fingir desconhecer sua importância, achava improvável ser tanta coisa para ela. Ela o amava. Ele a amava. E assim ficaram, de mãos dadas, tendo como apoio o joelho dele. Ela o olhou e sorriu um sorriso tímido. Mas como é possível, eles se conhecem tanto! Ela ainda conseguiu ser tímida mesmo depois de tantos anos. Nessa hora, ele que permanecia olhando para baixo, a encarou. Eles se amavam.
Ele, com sua timidez, passou a mão em seu rosto. Pela primeira vez, a tocava sem motivo algum. Ela, pela primeira vez, deixou de escrever e resolveu falar.
-Eu te amo.
-Eu já sabia. Fala algo que eu não li ainda.
-Me beija.
Ele tomou um susto. Ela sentiu pela força com a qual ele apertou sua mão. Nunca tinha escutado algo tão direto dito por ela. Tirou o cabelo dela do rosto e...
depois eu continuo.

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