Luiza e os vagalumes.

Luiza adorava fadas. Desde que conseguiu alcançar a prateleira e a entender as letras, preferia ler livros que tivessem, ao menos, uma fadinha perdida pelas páginas. Sua mãe sempre que encontrava alguma coisa de tivesse asas pequenas e coloridas comprava, enrrolava num papel colorido e colocava dentro da caixa de surpresas de papelão que ficava na segunda porta do guarda roupa de Luiza. Ela, quando ir dormir, deixava apenas a luz do abajur ligado, abria a segunda porta do guarda roupa, colocava as mãos dentro da caixa com os olhos fechados e tirava alguma surpresa. Tinha noites que nada tinha dentro da caixa e Luiza pensava que as fadas tinham errado o caminho e que, no outro dia, elas iriam aparecer. Mas, quando suas mãos pequenas sentiam algum embrulho, ela tirava com rapidez, rasgava o papel e tirava sua pequena coisa de fadinha. Ela sempre gostava; para ela não existia coisas feias, apenas coisas que não recebiam atenção. Pegava sua surpresa, escolhia em qual prateleira colocar e corria para abraçar a fada que achava mais bonita, sua mãe. Faltando um dia para o seu aniversário, a mãe de Luiza perguntou-lhe:
-Lu, o que queres ganhar amanhã? É seu aniversário!
-Mamãe, se eu disser vai deixar de ser surpresa.
-Só dessa vez, me peça algo que você nunca ganhou.
-Uma fada de verdade.
-Quê?
-Uma fada de verdade.
-Luiza...
-Vou pro colégio! O transporte chegou!
A mãe de Luiza ficou surpresa com tal pedido. Já a tinha dado fada de plástico, de porcelana, de vidro, colorida, azul, verde, vermelha, de pano, de palito, de acrílico, até a Sininho do Peter Pan e as fadas da A Bela Adormecida. Mas uma fada de verdade...onde iria achar uma fada que voasse sem controle remoto? Luiza já estava deitada, quando sua mãe sentou na ponta de sua cama e disse:
-Luiza, me ajuda. Onde encontro fada de verdade, minha filha?
-No mundo das fadas, mamãe. Não deve ser muito longe. As fadas são pequenas e me visitam quase toda noite. Se fosse muito longe, elas não viriam sempre. A senhora bem que poderia me levar lá qualquer dia. Assim as fadas pequenas irão conhecer a maior fada do mundo.
-Você é a maior fada do mundo, Lu?
-Não, mãe! A senhora é maior fada do mundo! Sou pequena, não vê? Ainda falta muito para os meus pés saírem da cama!
-Boa noite, Luiza.
A mãe de Luiza estava realmente preocupada. Era um presente tão simples, apenas uma fada que voasse de verdade e ela não sabia onde encontrar. Como não sentia sono, pegou um livro e deitou na rede vermelha da varanda. Lia algumas páginas e, logo, se via distraída pensando no tal mundo das fadas. Fadas não existem...como as crianças sonham. Foi quando, de repente, pontinhos amarelos começaram a voar perto da rede. A mãe de Luiza tomou um susto achando que as visitas das fadas durante a noite eram mesmo verdade! Pulou da rede e percebeu que eram somente vagalumes. A pequena Luiza via vagalumes voando pela janela e achava que eram fadas. A mãe de Luiza correu até a cozinha e trouxe uma garrafa de vidro. Depois de muito tentar, conseguiu pegar um vagalume e o colocou dentro da garrafa. Luiza já dormia. Sua mãe sem fazer barulho colocou a o pequeno vagalume dentro da caixa de surpresa que ficava na segunda porta do guarda roupa.
Luiza acordou e, como era aniversário, deciciu ver a caixa antes de ir para o colégio. As fadas poderiam ter colocado um bilhetinho para ela. Viu algo brilhando dentro do escuro daquele guarda coisas. Tirou a garrafa...Luiza não acreditava no que estava vendo.
.
20 beijos e um abraço de fada pro edu!

Comentários

João Bertonie disse…
Ah, lembrei-me de uma frase da grande Clarice Lispector: "Acreditava em fadas, e por acreditar, elas existiam".
Gostei do teu conto.
A inocência infantil é uma coisa tão linda, rs.


beigos mil
Eu, Thiago Assis disse…
Gostei, bem diferente ^^
E como criança é enganada facilmente neh?
huahuauahuhauhuahahuhau


www.thiagogaru.blogspot.com
m.milena disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
m.milena disse…
também quero uma "fadinha de verdade".. nunca peguei uma.

essa bella, ofertando 20 beijinhos e abraços só pra poder receber em troca uma viajem pras nuvens na "cacunda" do edward... [ai, nao resisti]
Aline disse…
quando eu era criança, achava que os vagalumes eram fadinhas...=)

beijokas
Anônimo disse…
Muito bacana sua história.
Parece um comercial de algo tipo margarina, planos d telefonia no dia das maes.

Tá de parabens!


(tenta vender essa historia pra alguma empresa d celular. hehehehe)
Yasminne disse…
Mas que belo!
Eu também adoro fadas.
Lindo a forma de pensar que a mãe era uma fada, o relacionamento das duas. Eu também sou assim com a minha mãe.
Agora, tem uma coisa bela que vc escreveu, "não existia coisas feias, apenas coisas que não recebiam atenção." É uma grande verdade, existe uma beleza que se manifesta em tudo.

Um beeijo!
' Rôh disse…
Ohhh a pobiii da criança.
uahauahu...
Muito boua a historia. xD

Abração, Roh
Eu, Thiago Assis disse…
Tem selo pra ti no meu blog =]
gostei!

a melhor fase da vida, quando tudo que a gente acredita é real :)
Nathália disse…
Nossa, muito lindo! Essa é realmente uma das melhores fases da vida :D
Unknown disse…
enganaçoes com fundo de verdades

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