irrelevância

Assumindo e escrevendo pra ter uma prova de tal confissão. Como uma vitrine, que expõe só uma parte, um promoção, uma novidade entre tanta coisa que tem lá dentro. Não leio jornais todos os dias, não assisto noticiários com tanta atenção e soube ontem quantos quilômetros meu carro faz com um litro de gasolina. Informação útil, item essencial na vida de um informado qualquer. Falo rápido, ando rápido, esqueço rápido, volto pra casa de manhã depois de uma noite em pé num salto e digo que ainda aguento mais. Tudo vitrine. A voz gruda na garganta sempre, toda vez, que falo um eu te amo em alto som. Gruda, sai devagar, rastejando até eu me ouvir falando. Infinitas vezes, ando contando os passos, colocando um pé na frente do outro, transferindo o peso de um pé para o outro, como se a vida fosse só isso, andar sem pressa. Lembro do tom de voz dos amigos, de um abraço que me doeu as costelas, da sensação que é sentir os pelos se arrepiando quando se ganha um cafuné ...